quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

ONGs condenam o Latitude, sistema "espião" do Google

O recém-lançado sistema possibilita que usuários de celulares e outros dispositivos móveis possam compartilhar sua localização com quem quiser, como família e amigos.

Segundo o Google, o Latitude possui controles que permitem que os usuários selecionem quem poderá ter acesso à localização do celular e que é possível desligar o serviço a qualquer momento.

Apesar disso, a ONG britânica Privacy International, que trabalha com o direito de proteção a privacidade, afirma que há falhas no sistema que poderiam ameaçar a privacidade do usuário.

De acordo com a ONG, a ameaça acontece quando um telefone celular é habilitado com a ferramenta sem o conhecimento do usuário. Dessa forma, a localização do aparelho poderia ser acessada pela pessoa que o habilitou sem o conhecimento do usuário.

A organização sugere que a única forma de reduzir esse risco seria o envio de mensagens de texto ao usuário confirmando que o Latitude estaria habilitado.

O Google explica que essa ferramenta está disponível em "alguns modelos de celulares".

"Depois da instalação e início do funcionamento do Latitude em alguns modelos de celulares, o usuário poderá receber mensagens lembrando que o Latitude foi habilitado a compartilhar a localização com os amigos selecionados", afirma o Google na seção de perguntas e respostas sobre a nova ferramenta.

O Google explica ainda que "os avisos permitem que o usuário continue ou pare de compartilhar a localização com o Latitude e aparecerão no celular algumas vezes se o sistema tiver sido habilitado, mas não tenha sido usado recentemente".

Segundo a ONG, isso significa que "apenas alguns usuários com tipos específicos de aparelhos celulares receberão a notificação de que seus telefones estão habilitados.

"Como está agora, o Latitude pode ser um presente para perseguidores, empregadores que espreitam funcionários, parceiros ciumentos e amigos obsessivos. As ameaças à privacidade dos usuários e à segurança não têm limites, assim como a imaginação daqueles que podem abusar dessa tecnologia", afirma Simon Davies, diretor da Privacy International.

O diretor-executivo da ONG Consumer Wellness, que trabalha com os direitos do consumidor, Mike Adams, também questionou a proteção à privacidade dos usuários.

"Começou a era de perseguição eletrônica?", questionou o diretor.

De acordo com a política de privacidade do Google, "apenas dados e informações autorizadas pelos usuários são compartilhadas com terceiros".
Fonte:bbc.co.uk

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